SULIVAN MEDEIROS, A HUMANIZADORA DO HOSPITAL DO SERIDÓ - CAICÓ
No
Hospital do Seridó, em Caicó/RN, existiu uma mulher exemplo de voluntariado e
caridade que se dedicou aos que sofrem e mais necessitados. Terceira filha do
casal Xisto Quintino de Medeiros e Joana Massilon de Medeiros, a sabujiense
Sulivan Medeiros, nascida aos 25 de Setembro de 1940, ainda muito jovem, deixa
sua terra natal em busca de dias melhores ao lado dos pais e irmãos. De
cidade em cidade, foi em Caicó que a família de seu Xisto se instalou, deixando
neste chão o traço de um povo humilde, honesto e temente a Deus.
Como
costureira no ateliê das Deodato, a sabujiense logo se firma na profissão para
ajudar no sustento da casa e nos estudos dos irmãos. Católica fervorosa se
dedicou a capela de São José em 1965 na congregação “Filhas de Maria” e no
movimento em prol das vocações sacerdotais. Ao lado de irmã Melânia e algumas
religiosas como Mariquinha de Luis Porfírio e Josefa Brasil criaram o grupo de
catequese para preparar crianças para a primeira eucaristia, imprimindo assim
uma educação religiosa.
Em
1965, Sulivan inicia o seu trabalho na saúde, mais precisamente no SESP como
copeira. No Hospital do Seridó, após o término do curso de auxiliar de
enfermagem recebe o convite do Dr. Vivaldo Costa para trabalhar na referida
casa de saúde, sendo na pediatria desta unidade hospitalar que a “enfermeira”
Sulivan Medeiros como era mais conhecida se dedicou aos cuidados com as
crianças internadas ao lado do médico Valdemar Cordeiro Filho.
Além
dos seus trabalhos de auxiliar de enfermagem, a enfermeira de vestes brancas
orientava pais e acompanhantes sobre higiene, vacinação, nutrição infantil e
cuidados na saúde da criança. Em procedimentos hospitalares como injeção,
aplicação de soro e curativos, o “anjo branco” preparava a criança com
conversas e brincadeiras antes de tais procedimentos, afim de uma internação
menos dolorosa. Após a alta, a auxiliar de enfermagem ainda acompanhava o
paciente infantil em seu domicilio deixando de fazer as visitas após a cura
definitiva do paciente.
Em
anos de trabalho na pediatria ao lado do Dr. Valdemar Cordeiro, Sulivan foi
nomeada chefe da cozinha do Hospital do Seridó onde se dedicou ardorosamente
aos cuidados com a boa alimentação e higienização da cozinha e do hospital como
um todo. Em 19 de Janeiro de 1987, internada no Hospital Onofre Lopes em
Natal, Sulivan Medeiros queixa-se para sua irmã Socorro Medeiros de uma forte
dor de cabeça. Enquanto sua irmã saiu para chamar uma enfermeira, um padre e
uma freira, depois não identificados, entram na enfermaria ficando um a direita
da cama e outro a esquerda, bem como Socorro a observar a
conversa. Naquele momento às 6 horas, segundo testemunho, Sulivan Medeiros
conversa com o padre e a freira abrindo sorrisos, em seguida fecha os olhos e
dá o seu último suspiro.
Registro
nesta locução o amor de Sulivan Medeiros ao próximo, principalmente aos mais
sofridos que se encontram convalescendo em ambiente hospitalar. Fica aqui o
exemplo de fé, esperança solidariedade e amor ao próximo, mesmo quando ele é
desconhecido. Ensinamentos esses atribuídos pelo mestre maior de Sulivan
Medeiros que foi Jesus Cristo.
* Por Andinho Duarte para
Revista Collecione
FONTE – BLOG DO ROBERTO
FLÁVIO
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